O Silêncio não é o fim!
Hoje, eu me encontrava sozinho. Olhei para os quatro cantos; tudo era silêncio, e eu não avistava ninguém.
Me senti preso entre as paredes e, numa luz quase apagando, eu apenas chorava no silêncio do meu quarto.
Há dias, eu procurava por uma palavra amiga, uma palavra que pudesse mudar a minha vida, porém, ninguém parava para me ouvir.
Comecei a pensar que a vida não tinha sentido para mim. Numa folha de papel rasgado, comecei a rabiscar, entre fúrias e ansiedades, aquilo que meu coração não tinha forças para falar.
A minha dor começava a ter um cenário, e minha vida, ali, se transformava numa estória pronta a ser contracenada entre a força e o fracasso. Força para se matar e fracasso para vencer.
Relampejava em meio a um temporal, e as cortinas estavam prestes a se fecharem. Meus olhos não contemplariam mais a claridade de uma beleza natural; mergulhavam-se em lágrimas e, em pouco tempo, ficaria escura como uma noite sem lua.
Agora já era tarde, e teria que encerrar, teria que dar um ponto final, pois eu já não suportava mais.
Foi quando, riscando um lado daquela folha, eu precisei de mais espaço para continuar a escrever. Desesperadamente, virei o papel e, de repente, estava escrito no verso da mesma, naquele papel que estava amassado e jogado ao chão, o seguinte versículo:
"A minha alma espera somente em Deus; dele vem a minha salvação." (Salmo 62:1)
Naquele instante, vi uma claridade tomar conta do quarto. Dei rapidamente um salto, lancei fora todas as armaduras do inimigo e tomei força para abrir a porta que se encontrava fechada, me colocando num calabouço, em um abismo profundo.
Corri para fora, olhei para o céu e senti que Deus poderia mudar a minha história. Percebi que um simples rabisco em uma folha jogada serviu para dar um final feliz numa peça que o destino já tinha escrito.
Foi quando eu percebi que Deus nunca chega tarde. Ele chega no momento exato.
Lucileide Flausino Barbosa
Enviado por Lucileide Flausino Barbosa em 04/09/2022
Alterado em 05/12/2024