Amor Estranho
É um amor que chega sem aviso,
Sem pedir permissão, sem motivo.
Se veste de mistério e de silêncio,
Tão profundo, mas ao mesmo tempo, suspenso.
Não há certezas, só reticências no ar,
É como o vento, difícil de pegar.
Vem e vai, sem forma ou medida,
Apenas uma chama, uma chama perdida.
Teus olhos, espelhos de um mundo obscuro,
Me atraem, mas me deixam inseguro.
Teu toque, suave, mas com um olhar frio,
Dizia que era amor, mas não me dizia o porquê, o que eu rio.
Amor estranho, que confunde e me prende,
Que me faz perder o que antes defende.
Parece tão verdadeiro, mas é tão distante,
E eu, perdido, sou teu amante.
Meus dedos percorrem um abismo vazio,
Cada passo dado, um novo desafio.
Tu és a tempestade, a calmaria também,
Me deixas sem respostas, mas com um "talvez" além.
E assim, sigo esse amor que não entendo,
Que me arrebata e me deixa vivendo.
Entre o querer e o temer,
Em um estranho jogo, onde só posso perder.
Lucileide Flausino Barbosa
Enviado por Lucileide Flausino Barbosa em 06/12/2024