Meu Pantanal em Chamas
Meu Pantanal, berço do céu e da terra,
Agora em cinzas, tua alma se encerra.
Teu verde apagado, teu rio a gemer,
A vida sucumbe, não sabe o que fazer.
As chamas dançam em frenesi cruel,
Queimam raízes, escurecem o céu.
O clamor dos bichos ecoa no ar,
Gritos de medo, de um lar a deixar.
Os passarinhos, antes donos do canto,
Agora entoam um lamento em pranto.
A boiada se perde em passos aflitos,
Buscando abrigo entre sonhos extintos.
Teu verde sem cor, tua sombra ausente,
Teu espírito sofre, calado e silente.
Mas dentro de ti, em profunda raiz,
Resiste a força que ainda te diz:
Pantanal querido, não vais perecer,
Teus rios voltarão a renascer.
E a natureza, em sua dor e glória,
Guarda em seu ventre a promessa da história.
Lucileide Flausino Barbosa
Enviado por Lucileide Flausino Barbosa em 06/12/2024
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