Confissões ao vento
O mais bonito retrato é o da própria natureza, pois, Deus com humildade fez sem tintas a sua beleza.
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Textos
Eu e o Espelho
Diante do espelho, vejo um homem cansado,
O reflexo é nítido, mas o coração, apagado.
Os olhos, antes cheios de luz e desejo,
Agora se perdem em um vazio, em um ensejo.

O espelho não mente, ele guarda a verdade,
Mostra as marcas, as cicatrizes da saudade.
O que foi amor, o que foi paixão ardente,
Agora se esvai, como um vento indiferente.

As mãos que um dia buscaram toque e calor,
Agora tremem, sem rumo, sem cor.
O sorriso, antes sincero, agora é disfarce,
Na luta silenciosa para esconder o desgaste.

O homem no espelho me encara, sem olhar,
No fundo de seu ser, é difícil de encontrar
Aqueles sonhos que a vida lhe roubou,
As promessas que o tempo não cumpriu, mas soprou.

A perda do amor, o fim da paixão,
Deixaram buracos, marcaram o chão.
E eu, diante do espelho, me pergunto em silêncio,
Onde foi que se perdeu o brilho, o ardente.

O homem no espelho sou eu, sou o que vejo,
Mas no fundo, há algo mais profundo, em desejo.
Quero reencontrar, nas sombras que restam,
O amor que partiu, mas que ainda me atesta.
Lucileide Flausino Barbosa
Enviado por Lucileide Flausino Barbosa em 06/12/2024
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