No mapa oculto do coração humano,
há territórios vastos, céus de engano,
planícies de esperança, rios de dor,
montanhas de desejo, vales de amor.

No norte, o amor é frio, mas sincero,
como um vento que corta, austero.
É o amor que cuida de longe, a razão,
que guia a bússola da emoção.

Ao sul, a paixão acende o fogo,
uma chama intensa, sem alarde ou rogo.
É o calor que nos faz perder os sentidos,
em terras de corpos e sonhos proibidos.

O leste guarda a aurora da ternura,
onde o amor é doce, cheio de candura.
É o amor que acolhe, consola e cura,
um farol que ilumina mesmo na penumbra.

Já o oeste é o refúgio do esquecimento,
onde o amor vira sombra, puro tormento.
São as ruínas das promessas esquecidas,
rastros de vidas, de histórias partidas.

E no centro, o coração pulsante,
há um campo vasto e radiante.
É onde tudo se encontra e se refaz,
o amor inteiro, em sua complexa paz.

Essas regiões, tão distintas, se entrelaçam,
em linhas invisíveis que nos abraçam.
Pois o coração, com suas partes unidas,
guarda o todo do amor em nossas vidas.