Rosto marcado
Olho no espelho, quase não me vejo,
As marcas falam, silenciam o desejo.
Um dia deixei tudo por um amor,
Hoje, carrego no rosto a dor.
Promessas doces, tão cheias de vida,
Tornaram-se cinzas, ferida após ferida.
Quem era eu, que sonhava tão querida,
Agora chora, no silêncio do abismo?
Meu rosto, um mapa de guerras caladas,
De noites escuras, de palavras cortadas.
Nunca pensei que o amor pudesse ferir,
Que um abraço pudesse me destruir.
Deixei minha casa, meus sonhos, meu lar,
Por quem prometeu nunca me machucar.
Mas a realidade veio, cruel e fria,
E meu rosto guardou a triste agonia.
Ainda assim, em meio à escuridão,
Procuro no espelho uma nova visão.
Quem sabe um dia, sem marcas, sem dor,
Eu reencontre em mim o brilho do amor.
Lucileide Flausino Barbosa
Enviado por Lucileide Flausino Barbosa em 09/12/2024
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