Em uma leve canção
Enquanto lava as roupas no riacho,
A água leva o sabão e o cansaço.
Ela canta, como quem não sente,
A falta que faz o amor ausente.
A canção é leve, doce, serena,
Como o murmúrio da correnteza pequena.
No embalo das mãos, o tempo se esvai,
E a dor que carrega ninguém lhe atrai.
Quem a vê, pensa: "é feliz assim",
Mas o canto esconde o que há no fim.
Uma saudade que o vento não leva,
Um coração preso em lembrança e treva.
Mas ela canta, e o mundo não sabe,
Que cada nota é um pouco de saudade.
No riacho, as roupas e as dores se vão,
Mas a falta persiste, guardada na canção.
Lucileide Flausino Barbosa
Enviado por Lucileide Flausino Barbosa em 10/12/2024
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