Não Vou Temer, Vou Denunciar
As marcas no corpo, o peso na alma,
Cicatrizes que o tempo não apaga.
No silêncio imposto, busquei a calma,
Mas agora minha voz se alarga.
Não serei mais prisioneira do medo,
Nem sombra da mulher que já fui.
Carrego no peito um único credo:
Que minha liberdade me reconstrua.
Já chorei noites, engoli a dor,
Escondi hematomas, calei meu grito.
Mas agora transformo o horror
Em coragem que nasce no infinito.
Cada golpe que quis me quebrar
Agora é força, impulso para agir.
Decido que é hora de me libertar,
De lutar, de viver, de resistir.
Não serei estatística, número frio,
Nem história esquecida no jornal.
Sou vida pulsante, sou desafio,
Vou reescrever meu final.
Denuncio por mim, pela que fui,
Pela mulher que a dor não venceu.
Pelo direito que sempre se intui:
Viver livre, sem medo, ser quem sou eu.
Denuncio por todas que ainda sofrem,
Nas sombras da violência e do terror.
Que meu ato ecoe e as encoraje,
Que transformemos o medo em clamor.
Não vou temer, vou me levantar.
Meu grito será minha salvação.
E ao denunciar, vou me libertar,
E abrir o caminho para a superação.
Lucileide Flausino Barbosa
Enviado por Lucileide Flausino Barbosa em 11/12/2024