Meu lar é a estrada, o asfalto sem fim,
Mas meu coração ficou longe de mim.
Em casa, meu filho luta pra melhorar,
E minha esposa, tão forte, não pode parar.

Eu sigo o caminho que a vida traçou,
Levando no peito a dor que ficou.
Cada curva, um suspiro, cada reta, um lamento,
Enquanto carrego meu fardo no vento.

O mundo que vejo é cenário encantado,
Montanhas, vales, o céu estrelado.
Mas a beleza não alcança meu coração,
Que pulsa em outro ritmo, de preocupação.

Os que me olham, veem força e coragem,
Mas não sabem da lágrima em minha viagem.
A estrada é poesia para quem só assiste,
Mas para mim, é um palco onde a dor persiste.

Penso no sorriso que deixei pra trás,
No abraço que espero encontrar na paz.
Mas o dever me chama, não posso parar,
Pois o pão da família é preciso ganhar.

Meu lar é a estrada, mas sonho voltar,
Para junto dos meus, meu lugar encontrar.
Até lá, sigo firme, entre céu e poeira,
Caminhoneiro na vida, alma passageira.