A Carona
Na estrada longa e solitária, ele seguia,
Com o ronco do motor e a paisagem que se perdia.
Um jovem caminhoneiro, com a vida na boleia,
Encontrou na beira da estrada uma alma tão cheia.
Ela acenava com um sorriso tímido e sincero,
Ele parou, oferecendo um gesto puro e vero.
Naquele banco de couro, entre curvas e poeira,
Conversas brotaram leves, numa amizade primeira.
Ela contava sua história, ele ouvia com atenção,
Sem notar que no olhar dela já nascia a emoção.
Com respeito e cuidado, ele a levou até a cidade,
Sem imaginar que ali plantava uma felicidade.
Os dias passaram, a rotina o chamou,
Mas um toque no celular sua vida transformou.
Era ela, a moça da estrada, com voz embargada,
Confessando que seu coração havia sido roubada.
Ela disse que, no painel, um número anotou,
E que desde aquele dia, sua vida mudou.
O caminhoneiro sorriu, com surpresa no peito,
E marcou um encontro, pra ver o que era direito.
De uma carona singela, nasceu uma paixão,
E logo, na igreja, soaram sinos de união.
Hoje ele dirige, ela ao lado a sonhar,
Na boleia do amor, juntos a estrada vão trilhar.
Lucileide Flausino Barbosa
Enviado por Lucileide Flausino Barbosa em 12/12/2024