Pela rodovia que o tempo traçou,
cada curva me leva ao que o coração guardou.
Os faróis iluminam memórias sem fim,
e a saudade acelera, fugindo de mim.

Teu sorriso ainda ecoa no retrovisor,
e o vento sussurra teu nome com ardor.
As estrelas guiam meu trajeto perdido,
mas a ausência é estrada sem ponto de abrigo.

Nas margens, as flores do nosso verão,
testemunhas mudas da nossa paixão.
E ao longe, na bruma que o asfalto dissolve,
teu rosto me espera, mas nunca se resolve.

A cada quilômetro, um verso calado,
um poema de amor por nós desenhado.
E enquanto o motor pulsa em solidão,
sigo a rodovia, refém da emoção.

Oh, rodovia da saudade infinita,
onde a dor se mistura à lembrança bendita.
Que o destino me leve, que o tempo me guie,
mas jamais apague o amor que em mim vive.