Curva Sem Adeus
Na varanda, a mãe vigia o caminho,
O filho pequeno brinca sozinho.
Com olhos de lume, espera o amor,
O pai ausente, promessa e dor.
A curva ao longe guarda mistério,
Silêncio ecoa, vazio etéreo.
O sol se despede no horizonte frio,
Mas a saudade aquece o brio.
"Ele vem, meu filho, não demora mais,"
Diz a mãe, entre suspiros fatais.
O menino sorri, confia sem medo,
Sem saber do destino, do segredo.
A noite avança, o tempo é cruel,
A estrada dorme sob um véu.
A mãe se cala, o peito é um cais,
Onde atracam sonhos que não vêm jamais.
O pai não chega, nem carta, nem som,
A curva sem adeus se torna um dom.
De esperança e amor, mesmo no vazio,
Segue a mãe, estrela no breu sombrio.
Lucileide Flausino Barbosa
Enviado por Lucileide Flausino Barbosa em 18/12/2024
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