Confissões ao vento
O mais bonito retrato é o da própria natureza, pois, Deus com humildade fez sem tintas a sua beleza.
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Nas Ruas do Perdão
Ele partiu sem olhar para trás,
Deixou o lar, a promessa, o cais.
Buscou na fumaça um falso calor,
Perdeu-se nas sombras, esqueceu o amor.

A vida, cruel, roubou-lhe o chão,
Fez do orgulho a sua prisão.
Nas esquinas frias, sem nome ou história,
A droga apagava o resto de glória.

Ela ficou, sozinha a chorar,
Com a alma partida, mas sem se quebrar.
Guardou em silêncio o eco da dor,
Ouvindo ao longe o pranto do amor.

Os anos passaram, o tempo pesou,
E um dia a rua por fim os juntou.
Ele, caído, sem forças, sem luz,
Ela, com lágrimas que o céu traduz.

— Por que me estendes a mão, mulher?
— Porque o amor não esquece quem quer.
Sou aquela que foste deixar,
Mas meu coração nunca deixou de te amar.

Ele chorou como quem volta a nascer,
Sentiu nos braços o poder de viver.
E ali, no abraço de quem foi traída,
Encontrou de novo o sopro da vida.

O passado é cinza, mas o perdão é ouro,
E na dor dos dois renasceu o tesouro.
Nas ruas que tudo roubaram em vão,
Ela lhe deu um lar: o seu coração.
Lucileide Flausino Barbosa
Enviado por Lucileide Flausino Barbosa em 18/12/2024
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