Canção do Jardineiro
Todas as manhãs, ele canta.
A voz suave embala o jardim,
e as flores, como boas amigas,
parecem sorrir para ele.
Dedica-se com amor,
como se em cada pétala
encontrasse a paz que lhe falta,
o consolo que o mundo lhe nega.
Em casa, o cenário é outro.
O amor murchou,
as palavras são secas,
os olhares, distantes.
Ninguém o ouve, ninguém o entende.
Mas no jardim,
sua alma floresce.
Ali, cada broto renova a esperança,
cada perfume carrega um segredo,
e a terra acolhe suas dores,
transformando-as em vida.
Ele canta para o jardim,
e o jardim canta para ele,
num diálogo mudo e eterno,
onde, enfim, ele se sente vivo.
Lucileide Flausino Barbosa
Enviado por Lucileide Flausino Barbosa em 19/12/2024
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