Confissões ao vento
O mais bonito retrato é o da própria natureza, pois, Deus com humildade fez sem tintas a sua beleza.
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Textos
A Faxineira Era Minha Mãe
Eu tinha vergonha do chão que ela varria,
Do cheiro de sabão que em casa se sentia.
A faxineira era minha mãe, e eu,
Me escondia de tudo, me escondia de Deus.

Na escola, eu fingia que não a via,
E quando a via, o rosto virava em agonia.
Meus amigos não podiam saber,
Que a mulher que me amava, eu queria esconder.

Ela, com a vassoura, com as mãos calejadas,
Cuidava de tudo, mas eu, nas caladas,
Sentia vergonha de ser seu filho,
E fugia do abraço que a vida me fez, ao trilho.

Mas um dia, o tempo me fez enxergar,
Que só ela, com amor, sabia me amparar.
Eu, perdido nas ruas da falsa vaidade,
Encontrei nela a força, a humildade.

Abracei minha mãe, e o mundo parou,
O peso da vergonha, de repente, sumiu.
Eu vi, em seus olhos, o amor que não falhou,
Ela era a força que nunca me deixou.

A faxineira era minha mãe, e agora eu entendo,
Que é no trabalho simples que o amor vai crescendo.
Ela, com sua vassoura, me ensinou a lição:
Que a verdadeira riqueza mora no coração.

E hoje, me orgulho de sua luta e de seu ser,
A faxineira que me deu o maior bem: o poder de viver.
Lucileide Flausino Barbosa
Enviado por Lucileide Flausino Barbosa em 21/12/2024
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