Faltava o Pão, Mas Não o Amor da Minha Mãe
No canto simples da casa vazia,
a mesa era pobre, mas cheia de alegria.
O pão, às vezes, faltava a granel,
mas nunca o abraço que vinha do céu.
Minha mãe, com mãos calejadas de luta,
bordava esperança onde o frio batuta.
Seu sorriso, um sol em dias nublados,
era a riqueza dos dias passados.
Lembro o aroma do caldo ralo,
mas na alma, o amor era farto regalo.
Ela dizia: “Filho, confia e espera,
Deus sempre cuida, e a vida prospera.”
O vento soprava nas frestas da porta,
mas seu carinho era a manta que conforta.
E na pobreza, riqueza eu via,
no amor imenso que ela trazia.
Hoje, ao lembrar do tempo distante,
sinto saudades daquele instante.
Faltava o pão, mas nunca a bondade,
que fez do passado uma eternidade.
Mãe, teu amor foi o mais puro altar,
mesmo na escassez, soubeste doar.
E no meu peito, guardo a certeza:
o que me alimentou foi tua grandeza.
Lucileide Flausino Barbosa
Enviado por Lucileide Flausino Barbosa em 21/12/2024