Carroça Vazia
Vem a estrada, ecoando ao longe,
o ranger da roda, o tilintar que foge.
Carroça vazia, tão barulhenta,
carrega o nada, mas se apresenta.
São palavras ao vento, sombras que passam,
sem peso, sem forma, apenas se arrastam.
Um ruído oco, um eco vão,
que não toca o peito, nem move a mão.
Quanto mais cheia, mais silenciosa,
pois guarda o valor, na paz majestosa.
A carroça cheia, de essência e vida,
não perde o tempo com a brisa ferida.
Assim sigo eu, de alma tranquila,
deixando as rodas que o vento encaminha.
Se não pesa o fardo, não prende o passo,
o som se perde, desfeito no espaço.
Carroça vazia, que sigas distante,
não sou o ouvido que te faz errante.
Carrego o peso do que importa de fato,
e deixo o vazio ao eco ingrato.
Lucileide Flausino Barbosa
Enviado por Lucileide Flausino Barbosa em 04/01/2025