Ligação da Madrugada
Na solidão da noite calma e fria,
O telefone rompe o silêncio, vibra,
Um eco distante, um sopro de agonia,
Carrega segredos que a alma calibra.
Quem ousa chamar na hora velada?
Será um lamento, um grito ou saudade?
A voz trêmula, palavras entrecortadas,
Revela um drama, desnuda a verdade.
Do outro lado, há pranto ou vazio?
Promessas perdidas, memória tardia?
A madrugada escura, o tempo sombrio,
Abriga as dores que ninguém sabia.
Talvez seja amor, um pedido urgente,
Ou despedida que o coração não cala,
No fio da linha, um toque presente,
Ligação que sangra e ao mesmo tempo embala.
Assim, o relógio segue em compasso,
Com o peso daquilo que não se explica,
Na madrugada, as almas se entrelaçam,
E a vida pulsa, mesmo quando é fria e aflita.
Lucileide Flausino Barbosa
Enviado por Lucileide Flausino Barbosa em 11/01/2025
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