Sonhei com Dom Casmurro
Sonhei com Dom Casmurro ao luar,
Seu semblante tão grave e perdido,
No quarto escuro, quis me contar
De amores vividos, mas não resolvidos.
No sonho, Bentinho a me olhar,
Com olhos que guardam tanta dor,
No silêncio, sua alma a vagar,
Cativo de um amor que não passou.
Capitu surge, enigmas no rosto,
Seus olhos de ressaca a me envolver,
Seriam traidores? Ou mero desgosto?
Segredos que o sonho quis esconder.
A casa de Matacavalos, vazia,
Ecoa lembranças do passado cruel,
Cada canto guarda a melancolia,
De um romance escrito sob o papel.
Acordei com a dúvida a me consumir,
Dom Casmurro e Capitu, quem mentiu?
O sonho insiste em me perseguir,
E a verdade, no tempo, se diluiu.
Lucileide Flausino Barbosa
Enviado por Lucileide Flausino Barbosa em 14/01/2025
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