A Chama e o Grito
O fogo sobe, a casa some,
As mãos se erguem sem salvar,
Gritam nomes, chamam homens,
Mas só o vento vem falar.
A labareda dança forte,
Com fome bruta, sem piedade,
E quem assiste, teme a sorte,
Pois fogo nunca tem saudade.
Se a vida toda está em cinzas,
O que fazer, para onde olhar?
No meio do caos, sob as brasas,
Só resta a dor pra segurar.
E quando enfim só resta o nada,
O último eco do calor,
Se descobre na alvorada
Que fogo é dono do que for.
Lucileide Flausino Barbosa
Enviado por Lucileide Flausino Barbosa em 01/02/2025
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