Flores no Muro da Delegacia
Na calçada, um buquê murcha,
Ao lado da placa cinzenta.
Cada flor ali é uma marcha,
Cada espinho, uma vida ausenta.
As mães, irmãs e vizinhas
Chegam cedo, deixam flores.
São gestos de dor e linhas
Que costuram velhos horrores.
Ali onde se nega socorro,
Nasce a flor do protesto.
Cada flor que vem do morro
Traz um pedido honesto.
Flores não mudam a lei,
Mas gritam por quem não voltou.
No muro onde a dor se deita,
Um jardim de luto brotou.
Lucileide Flausino Barbosa
Enviado por Lucileide Flausino Barbosa em 01/05/2025
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