O Berro no Berço Vazio
O berro no berço ecoa
No peito que se desfez.
Onde havia riso à toa,
Hoje mora a mudez.
O bebê que não cresceu
Virou símbolo de dor.
O amor que não floresceu
Foi arrancado com ardor.
Na ausência do choro breve
Ficou só o som do nada.
E a mãe, agora, escreve
A revolta calada.
O berro que ninguém ouve
Vai crescendo devagar.
E um dia, por onde coube,
Vai voltar pra transformar.
Lucileide Flausino Barbosa
Enviado por Lucileide Flausino Barbosa em 01/05/2025
Copyright © 2025. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.