Saia Rasgada, Dignidade em Pé
A rua julgou sua roupa,
mas não pôde dobrar sua alma.
A vergonha não era dela,
o silêncio, sua arma.
Rasgou-se a saia no chão,
mas o corpo seguia inteiro.
O respeito que lhe tiraram
voltou em olhar altaneiro.
Nem a cicatriz da noite
apagou sua caminhada.
Foi flor brotando em asfalto,
dignidade restaurada.
Na saia, o rasgo da dor.
Nos olhos, fúria e fé.
Quem pisa uma mulher forte
encontra espinho no pé.
Lucileide Flausino Barbosa
Enviado por Lucileide Flausino Barbosa em 01/05/2025
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