Confissões ao vento
O mais bonito retrato é o da própria natureza, pois, Deus com humildade fez sem tintas a sua beleza.
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Textos
Lençol Manchado de Medo
Na cama esquecida, o lençol gritava,
a dor de uma noite que a alma calava.
Não era paixão, não era desejo,
era só um monstro travestido em beijo.

O corpo encolhido pedia socorro,
mas o silêncio cobria com forro.
O dia nascia, mas ela morria
mais um pedaço, em agonia.

Na gaveta ao lado, um boletim rasgado,
a coragem esquecida, o olhar fechado.
Manchado de medo, o lençol contava
o crime que a lei nunca investigava.

E a mulher, cansada de se recompor,
ergueu-se enfim com o que lhe restou.
Lavou o lençol, mas jamais esqueceu
o medo da noite que não adormeceu.
Lucileide Flausino Barbosa
Enviado por Lucileide Flausino Barbosa em 01/05/2025
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