Maria do Quintal (Violência física na periferia)
Na favela o tempo é pouco,
mas o medo dura muito.
Maria acorda com soco
e dorme com grito oculto.
O barraco guarda segredos
que nem a parede aguenta.
Ele bebe, vem com veneno,
e ela abaixa a cabeça e aguenta.
O vizinho finge que não vê,
diz que é coisa de casal.
Mas Maria morre um pouco
em cada noite brutal.
Ela sonha em ir embora,
mas o mundo é tão cruel.
E a liberdade que implora
se perde em pano e papel.
Lucileide Flausino Barbosa
Enviado por Lucileide Flausino Barbosa em 05/05/2025
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