Sala de Parto (Violência obstétrica)
Na sala fria e fechada,
ela geme sem amparo.
Gritam: "agora aguenta calada",
como se dor fosse descaro.
Negam água, negam escolha,
negam o parto com respeito.
Trancam-na em algema tosca
e rasgam sonhos no peito.
O bebê chega ao mundo
sem que a mãe seja bem-vinda.
Ela sangra num segundo
o que sonhou a vida inteira linda.
E sai dali com o corpo
mais ferido que antes era.
Porque o parto virou torto
pela mão de quem espera.
Lucileide Flausino Barbosa
Enviado por Lucileide Flausino Barbosa em 05/05/2025
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