Confissões ao vento
O mais bonito retrato é o da própria natureza, pois, Deus com humildade fez sem tintas a sua beleza.
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Textos
Onde o ouro reluz
Na casa grande da colina,
onde o ouro reluz na taça,
ela apanha em silêncio fino,
com maquiagem que disfarça.
Atrás dos portões de ferro,
vive a dor que não passa.

Entre festas e joias caras,
a dor se veste de cetim,
porque o medo mora em mansões
e o grito também veste linho.
O luxo esconde a tristeza,
e o silêncio é um véu sem fim.

Os olhos brilham nas fotos,
mas há sombras no olhar.
Na alma restam cacos
que ninguém quer enxergar.
Ela desfila por entre espelhos,
mas só quer poder escapar.

O marido elogia em público,
mas em casa vira leão.
Controla o tom da voz,
a roupa, o batom, o chão.
E ela segue obediente,
preservando sua prisão.

Quem vê, nunca imagina
o inferno que ela vive.
Acham que ela tem tudo,
mas ela só sobrevive.
E enquanto a grife reluz,
a esperança se esquive.

Ela sonha com a fuga
mais do que sonha com o amor.
Mas tem medo da manchete,
do escândalo, do pavor.
E assim segue sua vida,
cheia de silêncio e dor.
Lucileide Flausino Barbosa
Enviado por Lucileide Flausino Barbosa em 05/05/2025
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