O Grito Que Rompe
Ela não é estatística, nem número,
nem manchete de jornal.
Ela é carne, é alma, é história,
é mulher, é vida — é real.
Carrega cicatrizes vivas,
e um grito que é imortal.
Hoje ela gritou. Gritou alto.
Saiu, fugiu, denunciou.
E mesmo com medo no peito,
foi o grito que a libertou.
Não esperou pelo socorro —
ela mesma se salvou.
Pegou os filhos no colo,
levou a roupa que deu.
Deixou o passado trancado
na casa que a entristeceu.
E na mala levou coragem
de quem por anos não viveu.
Chegou ao abrigo tremendo,
mas ali encontrou mão.
Ouviu outras vozes iguais
e sentiu paz no coração.
Entendeu que sobreviver
também é revolução.
Agora ajuda outras irmãs,
orienta, acolhe, guia.
Transformou a dor em força,
transformou medo em poesia.
Fez da dor o seu protesto,
e da luta a companhia.
Seu grito virou bandeira,
sua história, um despertar.
Porque toda mulher que rompe
ensina outras a levantar.
E mesmo com marcas no corpo,
ela aprendeu a amar.
Lucileide Flausino Barbosa
Enviado por Lucileide Flausino Barbosa em 05/05/2025
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